23 de setembro de 2010

“NÃO BASTA PINTAR DE ROSA .....”

O MAIOR MERCADO EMERGENTE DO MUNDO NÃO É A CHINA, NÃO É A ÍNDIA: SÃO AS MULHERES.

Com poder aquisitivo cada vez maior, as mulheres foram responsáveis por gastar sozinhas, só no Brasil, quase 800 bilhões de reais em produtos e serviços no ano de 2009.

Uma pesquisa recente elaborada pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) mostra que nos próximos 05 anos, a renda feminina mundial deverá chegar a 18 trilhões de dólares – mais que a soma do PIB do Brasil, Rússia, Índia e China – o famoso BRIC. “Trata-se do maior mercado emergente de todos os tempos. As mulheres vão liderar o mercado pós crise”, afirma a americana Kate Sayre, uma das autoras desse estudo.

Dos 18,4 trilhões de dólares destinados ao consumo mundial anualmente, estima-se que 12 trilhões (valor equivalente ao PIB americano) sejam de alguma maneira determinados pelas mulheres.

De acordo com essa pesquisa da BCG, a massa salarial feminina mundial tem crescido em média 8% ao ano desde 2003 – ante um aumento de 5,8% nos ganhos dos homens.

Os números mais recentes do IBGE também comprovam o avanço das mulheres aqui no Brasil. De 2001 a 2008 a massa salarial feminina (ou seja, a soma do salário de todas as mulheres incluídas no mercado de trabalho formal) aumentou 42,3%, ao passo que a masculina cresceu 25,9%. Atualmente, o salário de uma profissional equivale a 71% do de um homem que desempenha a mesma função – em 1993, essa relação não passava de 32%.

A recente ascensão das mulheres no mercado de consumo tem contribuído para a quebra de alguns estereótipos. O principal deles é de que as mulheres só se preocupam ou se interessam por sapatos, roupas, acessórios e cosméticos, deixando as despesas mais “sérias”, como a aquisição de carros ou imóveis, a cargo dos homens.

As mulheres continuam, e continuarão por toda a eternidade, loucas por sapatos, jóias, roupas e maquiagem, mas a riqueza gerada por elas, hoje, se distribui de forma muito mais sofisticada e exigente.

Apesar dessa constatação, ainda são raros os casos de empresas bem sucedidas na arte de entender as necessidades, expectativas e desejos femininos.

A maioria das empresas acabou vítima da própria arrogância, fruto de avaliações superficiais acerca dessas consumidoras. Foi o que aconteceu com a fabricante de computadores americana “DELL”, que no final do ano passado lançou uma linha de laptops específica para as mulheres com cores vibrantes (sim, o pink estava entre elas). Vendidos por meio de um site batizado de “DELLA”, que se ocupava mais em vender acessórios do que em apresentar adequadamente a qualidade dos produtos, a estratégia foi um fracasso! Sentindo-se tratadas como bonecas Barbie, centenas de consumidoras americanas foram para a internet reclamar, e a polêmica chegou ao New York Times. Com isso, a “DELL” alterou o conteúdo do site no início deste ano, tornando-o mais informativo.

Por tudo isso, concordamos em gênero, numero e grau com a colocação da antropóloga e diretora de pesquisas da Escola Superior de Propaganda e Marketing, Lívia Barbosa, quando afirma que “Algumas empresas ainda acham que vender para mulher significa pintar o produto de cor de rosa. É preciso ser bem mais criativo do que isso. Com tão pouco tempo disponível, as mulheres querem praticidade.”

Dentre os segmentos de mercado que mais deixam as mulheres insatisfeitas no Brasil, o de MODA encontra-se em último lugar, e o de PLANOS DE SAÚDE em primeiro. No ano de 2009 – dos 800 bilhões de reais gastos pelas mulheres em produtos e serviços – 39 bilhões foram para o setor de MODA (vestuário, calçados e acessórios femininos).

Tudo isso nos mostra que, trabalhar com, e para o público feminino, é uma decisão acertada e gratificante. Investir em produtos para as mulheres, entender o público feminino é um grande desafio, e a Metal Brasil vai continuar se esforçando para desenvolver modelos que encantem e agradem cada vez mais esse mercado.

Um grande beijo,

Mariela de Oliveira.

Fonte: Revista Exame, edição 968 – n.º9 – de 19.05.2010 – pgs. 18 a 30.

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